Histórias Soltas
Episódios ocorridos em viagens sem qualquer registo fotográfico ... Mas, marcantes, pelo menos, para mim!
Episódios ocorridos em viagens sem qualquer registo fotográfico ... Mas, marcantes, pelo menos, para mim!
Como não consegui embarcar na 3ª f com destino a Hanói, necessitava que me alterassem o voo … mas não conseguiram …
Assim sendo, sem bilhete alterado, sem visto, sem mala e sem roupa de inverno para desfrutar de Istambul, resolvi viajar até Bangkok por conta de um bilhete super interessante que tinha surgido entretanto …
Decisão tomada, chegada de madrugada!
Sem nada planeado aproveitei o amanhecer para reservar alojamento na cidade e tendo verificado que o preço do correspondente transfer era superior ao valor médio praticado (de acordo com as informações disponíveis na net), decidi aventurar-me nos táxis públicos!
Calhou-me um condutor de inglês rudimentar, com o qual não consegui, como pretendia, negociar à partida um preço aceitável, pior: não percebi o valor estimado para o serviço …
Mas, o táxi era muito peculiar: o tecto estava totalmente preenchido com notas cuidadosamente preservadas em plástico e o tablier suportava um autêntico santuário repleto de estatuetas de deuses e de deusas, para além de uma foto do dono numa sua versão longínqua no tempo.
Apesar do inglês do meu taxista ser paupérrimo, esforcei-me por manter uma conversa minimamente aceitável …. Até ouvir um Madame uuu…arii bitifuliiiii …(jamais conseguirei dizer a palavra correctamente)
E quando o meu condutor apontou para o GPS com o seu mindinho revestido de anéis reluzentes e sobredimensionados (um deles com volumetria em forma de strupa budista ,,,), percebi que tinha chegado ao meu destino!
Paguei o indicado no taxímetro adicionado de 150 Baths (não percebi tal parcela …), o que representou quase mais 5 € relativamente ao preço que teria pago caso tivesse contratado o serviço via hotel …
Pior: Não estava na rua certa!
Felizmente, uma jovenzinha recepcionista de um hostel indicou-me a direcção a tomar: uma rua paralela aquela, mas separada por um complexo de templos …
Bangkok, em 07.02.2025
Depois de um dia na cidade imperial, com fome, mas, sem querer questionar um jantar não tardio, decidi procurar alguma vendedeira de bananas que sempre ficavam pelo mercado fora de horas …
Era uma mulher sem idade que exibia enormes cachos de bananas verdes, pelo que a indaguei sobre a eventualidade de me vender 2 bananas maduras … Respondeu-me, por gestos, que não tinha …
Quando me preparava para desandar, a mulher, também por gestos, pediu-me para esperar um pouco … Levantou-se e foi buscar 2 bananas agradavelmente comestíveis que se encontravam nas traseiras …
Claro que me disponibilizei para as alcançar, perguntando, por gestos, quanto custariam …
A vendedeira, novamente por gestos, referiu que eram de Graça e que iria arranjar um saco (de plástico … faz parte desta zona do globo) para que eu não me sujasse, sublinhando, por gestos, que ela tinha as mãos sujas e eu estava limpinha ,,,
Fiquei muito sensibilizada com tal atitude e resolvi compensá-la com um bolo adquirido numa loja semelhante a uma pastelaria que funcionava nas vizinhanças …
Quando ofereci o bolo em forma de retribuição pelas preciosas bananas, recebi um Grande Sorriso de volta ...
E foi de forma cerimoniosa que nos despedimos ...
Pensando bem: Deveria ter comprado 2 bolos … Fiquei em défice … Enfim, nem tudo é perfeito!
E perguntarão: Como poderei ter a certeza da boa tradução do diálogo desenvolvido em linguagem gestual? Pois, certezas não as tenho, mas, acredito que o coração faz as melhores leituras das atitudes das pessoas …
Hué / Vietname, em 15.02.2025.